As autoridades de Nápoles, na Itália, removeram da Piazza Municipio uma obra da ativista e artista milanesa Cristina Donati Meyer, que consistia em uma vagina gigante e era uma resposta à escultura do arquiteto Gaetano Pesce, que é semelhante a um pênis.
A polícia retirou a instalação por não ter recebido autorização para ficar no local. Meyer, contudo, explicou aos jornalistas presentes que "não deve haver prerrogativa masculina" e que considera a exposição da obra de Pesce "absolutamente deslocada".
"Estamos cansadas de todos estes homens e de todo este patriarcado. Portanto, mais espaço para grandes belezas. Espero que seja uma provocação que faça as pessoas pensarem. Sei que muitos homens e mulheres não apreciaram nada o trabalho de Pesce, por isso estou com eles e espero que estejam comigo", disse a italiana.
A forma fálica da obra de 12 metros de altura, montada para homenagear Pesce, causou bastante polêmica em Nápoles. Na realidade, a instalação é composta por duas obras: uma releitura do vestido de Pulcinella e dois corações vermelhos perfurados por uma flecha.
O prefeito de Nápoles, Gaetano Manfredi, declarou que a "provocação" da artista lombarda mostrou que a cidade "voltou ao centro do debate dos artistas do país".
"Acredito que a arte, especialmente a contemporânea, sempre foi conflito, provocação e debate. Então, vejo a iniciativa de uma forma positiva. O fato de esta artista ter saído de Milão para fazer esta provocação em Nápoles, significa que voltamos ao centro do debate dos artistas do país", declarou.
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