(ANSA) - Os movimentos “Woman, Life, Freedom” na Europa e na Itália enviaram nesta quarta-feira (28) um abaixo-assinado pedindo que a Bienal de Arte de Veneza cancele a participação do Irã no evento que acontece entre 20 de abril e 24 de novembro.
O apelo, firmado por diversas personalidades dos universos da arte e da cultura, foi entregue ao presidente da Bienal, Roberto Cicutto; ao diretor-geral, Andrea Del Mercato; aos integrantes do Conselho de Administração do evento e à premiê da Itália, Giorgia Meloni; além do chanceler e vice-premiê Antonio Tajani; do ministro da Cultura, Gennaro Sangiuliano; do prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, entre outras autoridades.
“É com grande choque e lamento que apreendemos do site da Bienal que, diferentemente do que foi anunciado em outubro, a República Islâmica do Irã estará presente com um curador e um artista escolhidos pelo regime iraniano”, dizem as organizações.
Em nome “dos artistas dissidentes e independentes, e do povo iraniano perseguido”, elas pedem que seja dado “um sinal forte e claro à comunidade internacional, com uma voz de autoridade que cancele a participação do Irã”.
O movimento “Woman, Life, Freedom” foi criado após a morte, em custódia, em setembro de 2022, de Mahsa Amini, jovem iraniano-curda presa por suposta violação da lei iraniana sobre o uso do véu.
Nesta terça-feira (27), artistas e ativistas também pediram a exclusão do pavilhão de Israel, mas o ministro da Cultura Genaro Sangiuliano descartou a possibilidade.
Resposta
Posteriormente, a Bienal de Veneza afirmou que todos os países reconhecidos pela Itália podem, em total autonomia, requerer a participação.
A organização disse que, consequentemente, “não pode levar em consideração nenhuma petição ou pedido para excluir a presença de Israel ou do Irã”.
A Bienal também esclareceu que, mais uma vez, a próxima edição não terá a participação da Rússia, e disse que artistas palestinos participarão.
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