(ANSA) - O público da 80ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza dedicou 12 minutos a aplaudir o longa italiano "Io, Capitano", de Matteo Garrone, projetado pela primeira vez nesta quarta-feira (6).
Na Sala Grande do Palácio do Cinema, na ilha do Lido, o diretor de "Gomorra" e "Pinóquio", voltou ao cinema com uma história fortemente ligada à realidade contemporânea dos migrantes que atravessam o deserto desde a África, com o horror das torturas na Líbia, e a arriscada viagem no Mediterrâneo para chegar à fortaleza Europa.
Presentes, choraram os dois jovens protagonistas senegaleses, Seydor Sarr e Moussa Fall, atores por acaso, que nunca haviam pisado fora de seu país; e Mamadou Kouassi, da Costa do Marfim, que 15 anos atrás fez a viagem de seu país com a mesma dificuldade, e hoje vive em Caserta, na Campânia, e ajudou Garrone a tornar seu filme ainda mais verdadeiro.
"Conto uma história ética, uma ânsia por justiça, um plano diferente da política e suas polêmicas. Queria mostrar toda a parte da viagem que normalmente não conhecemos, não vemos, mudar o ângulo, da África em direção à Europa, contando subjetivamente a experiência desses jovens com os vários estados de ânimo, felicidade e desespero", disse Garrone à ANSA.
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