(ANSA) - A ilha do Lido já vive o clima de antecipação para a cerimônia de abertura da 80ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, que ocorre nesta quarta-feira (30), com a entrega do Leão de Ouro pela carreira a Liliana Cavani, e tendo a atriz Caterina Murino como madrinha.
O festival de cinema mais antigo do mundo, sempre central no panorama internacional em meio às contínuas mudanças, é ponto de referência para cineastas do mundo todo e considerado um trampolim para as indicações ao Oscar.
A histórica 80ª edição, porém, ficará marcada por dois grandes desafios: o primeiro, a greve dos atores e roteiristas nos Estados Unidos e na Inglaterra, que levará a ausências importantes como as de Bradley Cooper, Michael Fassbender e Emma Stone.
O segundo é a tentativa de relançamento do cinema italiano, com o objetivo de envolver o público nacional às histórias da própria terra, para além dos "Oppenheimer" e "Barbie".
São seis os longas italianos na disputa pelo Leão de Ouro: "Comandante", de Edoardo De Angelis; "Finalmente L'Alba", de Saverio Costanzo; "Io Capitano", de Matteo Garrone; "Lubo", de Giorgio Diritti; "Enea", de Pietro Castellitto; e "Adagio", de Stefano Sollima, além de outros nas mostras paralelas.
A questão de gênero segue em foco e não ainda inteiramente resolvida, com a paridade ainda distante (embora os três últimos Leões tenham ido para Chloé Zhao, Audrey Diwan e Laura Poitras), já que 66,56% dos inscritos são obras de homens.
Na abertura, a homenageada Liliana Cavani, cineasta de "O Porteiro da Noite" também vai estrear, fora da competição, seu novo longa "L'Ordine del Tempo", cujo elenco inclui Alessandro Gassmann, Claudia Gerini, Edoardo Leo, Ksenia Rappoport, Valentina Cervi, Fabrizio Rongione, Francesca Inaudi e Angela Molina.
O filme de abertura da mostra principal será "Comandante", ambientado no início da Segunda Guerra Mundial, quando Salvatore Todaro (Pierfrancesco Favino), comandante do submersível Cappellini, salvou 26 belgas que naufragaram no oceano.
Já a mostra de cinema independente "Giornate degli Autori" será aberta pela exibição de "Gli oceani sono i veri continenti", obra-prima de Tommaso Santambrogio, que se passa em Cuba, em preto e branco, com protagonistas de três diferentes gerações enfrentando seus respectivos processos de separação.
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