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Italianos descobrem templo pintado ao 'estilo' de Pompeia

Italianos descobrem templo pintado ao 'estilo' de Pompeia

Achado em Cupra Marittima é considerado raro

CUPRA MARITTIMA, 17 agosto 2022, 18:27

Redação ANSA

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Fragmentos mostram cores fortes usadas em templo em Cupra Marittima © ANSA/Marco Giglia

Arqueólogos italianos descobriram pinturas em um antigo templo localizado em Cupra Marittima, cidade localizada na região de Marcas, e que usavam técnicas conhecidas como o "estilo" de Pompeia - destruída pelo vulcão Vesúvio em 79 d.C.

As paredes têm grandes desenhos quadrados, onde o amarelo faz um contraste com o vermelho intenso e o preto em uma faixa central, cores sólidas intercaladas com delicados enfeites de flores e candelabros. Há ainda nichos para possíveis estátuas e, provavelmente, uma pintura que ia até o teto iluminada por um azul intenso.

O local abrigava um antigo templo, construído no início de 1 d.C., quando em Roma ainda reinava o imperador Augusto. Chamado de "grande templo romano de Cupra", ele foi decorado em sua primeira fase com muitas cores e desenhos fortes, como acontecia nas casas mais ricas de Roma e de Pompeia.

"Templos com o interior da célula decorados com pinturas são muito raros. Até hoje, nós conhecíamos o de Bona Dea, em Óstia, além do criptopórtico do santuário de Urbis Salvia, também nas Marcas, e o templo de Nora, na Sardenha", disse o arqueólogo Marco Giglio, da Universidade de Nápoles, à ANSA.

Antes de ser um templo romano, o local também era conhecido por abrigar um santuário do período etrusco, no século 6 a.C., e que era dedicado ao deus dos comerciantes.

Segundo o diretor-científico da escavação em Cupra Marittima, Fabrizio Pesando, os romanos chegaram ao local por volta do século 1 a.C. de passagem. Em 1 d.C., fundou-se uma pequena cidadela, que mais tarde foi promovida a colônia.

As pesquisas apontam que a localidade era habitada por famílias dos membros dos exércitos de Marco Antônio e Ottaviano e, depois, por seus descendentes. A cidade era considerada "muito vibrante" e, além do templo que pouco restou, ainda tinha uma área de fóruns públicos.

No entanto, cerca de 100 anos após sua fundação, no século 2 d.C. uma série de problemas acabaram demandando uma restauração radical da antiga Cupra. Uma intervenção "grande e custosa" foi levada adiante com as mesmas técnicas avançadas usadas em Pompeia em 62 d.C., quando uma grande obra precisou ser realizada após um terremoto intenso - anos antes da tragédia final.

Por isso, os dois especialistas especulam que o financiamento das obras públicas pode ter sido bancada pelo próprio imperador Adriano, que tinha nascido na Espanha, mas era de uma família de Atri - na mesma região atual de Ascoli Piceno - e que em 127 d.C. fez um passeio por Cupra.

Foi nesse período, então, que o templo perdeu as suas "magníficas cores originais" porque foi preciso reforçar os muros que sustentavam a parte central do santuário. As paredes foram reforçadas e, muito provavelmente, revestidas de mármores como era a moda da época.

Os tons de azul, amarelo, verde e vermelho que iluminavam as paredes do antigo templo foram triturados e, como sempre faziam os construtores romanos, reutilizados para fazer o piso da nova estrutura. O templo renovado então teve um estilo coríntio, com seis colunas na parte frontal de nove metros de altura, ornadas com ricos detalhes. Além disso, o local recebe meias colunas de alvenaria, encostadas nas paredes laterais, e com goteiras com cabeças de leão, também essas encontradas na atual escavação do sítio arqueológico.

Conforme uma inscrição encontrada há alguns anos em uma área próxima, a restruturação do templo foi uma "nova maravilha desejada por Adriano". Enquanto isso, toda a cidade era um canteiro de obras cheio de novos monumentos arquitetônicos encontrados atualmente.

Todos os novos achados foram levados para laboratórios de restauração onde seriam limpos estudados. Agora, as escavações serão retomadas na primavera europeia e serão concentradas em dois arcos, do lado posterior do templo para conhecer como foi a decoração na segunda fase de utilização do santuário.
   

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