Começou nesta segunda-feira (21) o julgamento na Alta Corte de Londres, no Reino Unido, contra a mineradora anglo-australiana BHP pelo rompimento da barragem de Mariana (MG), que matou 19 pessoas em novembro de 2015 e provocou um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil.
A ação movida por 620 mil pessoas, 46 municípios, mais de 2 mil empresas e 65 instituições religiosas afetadas pela tragédia pede uma indenização de 36 bilhões de libras esterlinas, o equivalente hoje a cerca de R$ 267 bilhões, cifra recorde para ressarcimentos em função de desastres ambientais.
A BHP, maior mineradora do mundo em valor de mercado, se opõe ao processo com o argumento de que ele "duplica e prejudica esforços em andamento no Brasil". A empresa detém 50% da Samarco, que administrava a barragem de Fundão em Mariana - a outra metade pertence à brasileira Vale.
Estima-se que mais de 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos da mineração de ferro e lama tenham sido lançados no Rio Doce após a queda da barragem, contaminando a bacia hidrográfica da região e varrendo do mapa vilarejos inteiros.
Os autores da ação acusam a BHP de negligência, uma vez que a empresa estaria ciente dos riscos de rompimento do reservatório e não teria agido para impedir a tragédia.
O julgamento em Londres não deve ser encerrado antes de março.
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