(ANSA) - Um relatório elaborado pela Unesco alertou que as crises hídricas podem ameaçar a paz mundial, além de revelar que mais de duas bilhões de pessoas ainda vivem sem acesso à água potável gerida de forma segura.
O levantamento da entidade, que foi divulgado por ocasião do Dia Mundial da Água, também apontou que 3,5 bilhões de indivíduos pelo planeta não possuem acesso a serviços higiênicos e sanitários.
Os números apresentados pela Unesco evidenciam que a Organização das Nações Unidas (ONU) está bem longe de alcançar um de seus principais objetivos no setor, que é garantir a todos o acesso a esses serviços básicos até 2030.
Para deixar a situação ainda pior, o estudo aponta que as desigualdades poderão aumentar se nada for feito em relação ao problema.
O documento informou que metade da população mundial "sofreu uma grave escassez de água" em 2022, enquanto um quarto dessa parcela passou por uma escassez "extremamente elevada".
"É estimado que as alterações climáticas aumentem a frequência e a gravidade destes fenômenos, com fortes riscos para a estabilidade social", explicou a Unesco.
O Instituto Nacional de Estatística (Istat) da Itália, por sua vez, realizou um estudo semelhante e indicou que a Basilicata foi a região do país que registrou a maior perda de água potável em suas redes, com 65,5%, seguida por Abruzzo (42,4%).
Entre as capitais regionais, as piores colocadas no ranking foram Potenza (71,0%), Chieti ( 70,4%), L'Aquila (68,9%), Latina (67,7%) e Cosenza (66,5%). No geral, a perda deste recurso natural em toda a Itália foi de 42,4% Em suas redes sociais, o papa Francisco lamentou que os governos estão mais preocupados em destinar recursos e tecnologias para a produção de armamentos do que em água.
"Hoje, enormes recursos financeiros e tecnologias inovadoras, que poderiam ser utilizados para fazer da água uma fonte de vida e progresso para todos, estão a ser desviados para a produção de armas", escreveu o religioso.
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