(ANSA) - Em seu segundo discurso na COP28, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comentou que as mudanças climáticas podem causar a "savanização" da floresta amazônica.
"O aumento da temperatura global poderá desencadear um processo irreversível de savanização da Amazônia. Os setores da energia, da indústria e do transporte emitem muitos gases de efeito estufa, temos que lidar com todas essas fontes", disse o mandatário.
"A emergência climática já é uma realidade [no Brasil]. A Amazônia está atravessando neste momento uma seca inédita, o nível dos rios é o mais baixo em mais de 120 anos, nunca imaginei que veria isso onde estão os maiores reservatórios de agua do mundo", acrescentou.
O petista voltou a cobrar dos países ricos o aporte de US$ 100 bilhões anuais para "mitigar" os efeitos do aquecimento global e pediu uma "união de forças" para enfrentar o "maior desafio já enfrentado pela humanidade".
A solução da crise não pode ficar nas costas dos países em desenvolvimento com grandes florestas, como o Brasil, opinou Lula em seu discurso.
"Os mais vulneráveis não podem ter que escolher entre combater a mudança climática e combater a pobreza" da população que mora nas florestas, afirmou o presidente.
Por volta de 26 milhões de pessoas, muitas em situação de pobreza e miséria, habitam a Amazônia brasileira. Em 2025, Belém, capital do Pará e a segunda cidade mais populosa da região, será sede da COP30.
Lula fechou sua participação citando uma lenda indígena segundo a qual "o rio Amazonas nasceu das lágrimas da Lua e a ela teve que abrir mão de seu amor pelo Sol para que a Terra não fosse destruída pelo calor".
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