(ANSA) - O cume do glaciar da Marmolada, no extremo-norte da Itália, registrou no último sábado (19) uma temperatura máxima de 13,3 graus acima de zero, um recorde pelo menos na última década.
A máxima foi identificada por instrumentos da plataforma "marmoladameteo.it", posicionados a 3.343 metros de Punta Penia, às 16h50 (horário local).
Para efeito de comparação, a máxima de 3 julho de 2022, dia do colapso de parte da geleira que provocou 10 mortos, foi de 12,7ºC acima de zero.
Apelidada de "rainha das Dolomitas", a Marmolada é a montanha de maior altitude nessa cordilheira, com 3.343 metros, e vem sendo severamente afetada pela crise climática.
De acordo com previsões de especialistas das universidades de Pádua e Parma e do Instituto Nacional de Oceanografia e Geofísica Experimental, que já 20 anos monitoram a geleira, é "muito provável" que o glaciar desapareça antes de 2040 caso o cenário atual se mantenha.
Neste domingo (20), o ponto de congelamento nas regiões do nordeste do país foi atingido até 4,5 mil metros na atmosfera livre. A previsão é que nos próximos dois ou três dias, o ar quente do anticiclone que atinge o país possa elevar a altitude do nível de congelamento acima de 5 mil metros.
Além disso, o Conselho Nacional de Pesquisa da Itália (CNR) alertou que todas as geleiras alpinas do país estão acima de zero grau em meio a uma série contínua de ondas de calor e como resultado das consequências da crise climática.
"Todas as geleiras dos Alpes, em todas as altitudes, estão acima de zero e a situação é bastante crítica", afirmou Claudio Tei, pesquisador e meteorologista do CNR.
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