A Sotheby's, em Nova York, leiloou a placa com a inscrição dos Dez Mandamentos mais antiga de que se tem notícia, datada da época bizantina, por US$ 5 milhões (R$ 30 milhões).
O valor final do leilão, divulgado nesta quarta-feira (18), é cinco vezes maior que o lance inicial, apesar das dúvidas sobre a autenticidade da peça às vésperas da venda.
"Não se trata apenas de um importante artefato histórico, mas também de uma ligação com as religiões que ajudaram a moldar a civilização ocidental", explicou Richard Austin, do departamento de livros e manuscritos antigos da Sotheby's.
Datada do final do período bizantino, a placa tem cerca de 1,5 mil anos, pesa por volta de 50 quilos e tem 60 centímetros de altura. A peça de mármore com inscrição em paleo-hebraico foi descoberta em 1913 durante escavações ferroviárias na costa sul de Israel, perto de locais de antigas sinagogas, mesquitas e igrejas.
Segundo a casa de leilões americana, a importância da descoberta passou anos sem ser compreendida. Durante 30 anos, a placa serviu como parte da pavimentação na entrada de uma casa, com a inscrição voltada para cima e exposta à passagem de pessoas.
Em 1943, foi vendida ao estudioso Jacob Kaplan, que a identificou como um Decálogo Samaritano com os preceitos divinos centrais para muitas religiões, tendo sido exposto originalmente em um edifício de culto ou em uma casa privada.
A peça contém nove dos 10 mandamentos do Livro do Êxodo, omitindo a advertência de "não pronunciar o nome do Senhor em vão", que é substituída pelo convite a adorar a Deus no Monte Gerizim, lugar sagrado para os samaritanos.
O dono atual do artefato era o colecionador Mitchell Cappell, que o comprara por US$ 850 mil (R$ 5,3 mil em valores correntes) em 2016, mas especialistas questionam a autenticidade da placa devido à ausência de um contexto arqueológico documentado sobre o local em que ela se encontrava.
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